Uma das coisas que admiro nesta "arte" da equitação é a sua tão perfeita demonstração de que a guerra dos sexos é mesmo algo sem sentido.Em todas as disciplinas, desde o ensino aos saltos de obstáculos, desde o CCE á equitação de trabalho, temos cavalos e éguas e ... cavaleiros e amazonas, lado a lado, a concorrer sem distinção de sexo.
Se dúvidas sobre isso houvesse, bastaria olhar para Concepción Citrón Verril, também conhecida por "Diosa Rubia" (Deusa Loura) ou como todos a conheceram, simplesmente ... Conchita Citron.
Orson Wells escreveu certa vez, que "o seu legado, é uma forte reprimenda para todos os homens que alguma vez defenderam que uma mulher tem de perder parte da sua feminilidade se quiser competir com os homens".
Conchita Citron, nascida no Chile, naturalizou-se portuguesa e lidou mais de 400 touros, a cavalo como a pé e terminou a sua carreira atrevendo-se a desafiar o regime espanhol da altura (que mais machista é difícil de ser, ao não permitir que as mulheres estoqueassem pois poderia o touro rasgar-lhe alguma parte da roupa, aparentemente a integridade da pessoa não era a sua preocupação) e depois de uma faena brilhante, desceu do cavalo e estoqueou a pé o seu oponente, sendo brindada de pé durante vários minutos por uma plateia que não tinha um lugar vago. Foi presa, mas com a revolta popular, decidiram pô-la em liberdade, tal o brilho que ela emanava.
Para a recordar aqui fica um pequeno vídeo.
Faleceu dia 17-02-2009 por insuficiência cardíaca aos 86 anos deixando mais pobre esta nobre arte de montar a cavalo e valentia de lidar touros. Adeus Conchita
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