Nem sempre é possível relatar aqui factos vitoriosos, hoje gostava de vos relatar um pensamento que me veio á cabeça quando retirei da prateleira da livraria um livro que conta uma história real de um menino autista a quem o pai conseguiu chegar por intermédio de um cavalo.
Esse livro chama-se “O menino e o cavalo” http://www.horseboyfoundation.org/ e dos 16€ pagos, um deles reverte a favor da campanha do Pirilampo Mágico que como sabemos é um meio de obtenção de fundos da Fenacerci, federação de associação que actuam em prol do bem estar de crianças diferentes.
Mas o pensamento, foi para recordar um momento que tenho o orgulho de ter vivido, aqui neste Centro Hípico, já lá vão alguns anos.
O Tiago veio pela primeira vez fazer a sua aula de hipoterapia.
Primeiro o contacto com a égua, a Pierrine, depois o convite para subir. Aí ele não achou muita graça e muito autoritário nos disse “Nã qué!” em sinal de que decididamente não estava para aí virado.
Depois de algum tempo a tentar convencê-lo, passou-se á fase de ajudar o pai a montar a Pierrine e assim o Tiago já aceitou ir á frente.
Acompanhei mais algumas aulas, na segunda já montou sozinho sem necessidade da companhia do pai, mas de vez em quando ia-nos lembrando, “Nã qué!”.
Após algumas aulas, já não sei porque razão, senão provavelmente só porque o meu apoio já seria desnecessário, voltei a encontrá-lo mais tarde, no picadeiro exterior, continuando á guia, mas já a trote e nada de “Nã qué!”.
Mas voltei a ouvir, voltei quando o professor lhe disse que a aula estava a terminar e ele mais uma vez na voz autoritária de quem sabe muito bem o que quer lhe disse “Nã qué!”
Sim, estes momentos vivi-os, ninguém me contou e foi neste centro que tive o privilégio de os viver.
